Há algum tempo, o tablet deixou de ser só um gadget
para se incorporar ao cenário coletivo. Hoje, bastam uns 15 minutos parado em
qualquer lugar para se deparar com alguém com um desses nas mãos. E se engana
quem acha que estamos falando só da geração Y. Uma pesquisa realizada pela
Ipsos Brasil, e divulgada pela Intel há cinco meses, com 2.500 pessoas das
classes ABCD, com faixa etária entre 18 e 65 anos de 16 regiões do país, mostra
que estes correspondem à 1/4, enquanto 20% tem entre 25 e 34 anos, 19% de 35 a
44 anos e 16% de 45 a 55 anos.
Durante o Social Media Week, evento que rolou em São
Paulo, mês passado e que reuniu várias agências e interessados nas novas
mídias, se percebia muito isso. Das 170 pessoas presentes a cada palestra que
rolava no palco Think Tank Stage, no MIS/SP, pelo menos 150 não largavam seus tablets ou
smartphones. Este sim é um público novo que se conecta à tudo ao mesmo tempo e
em qualquer lugar porque não está preso à nenhum fio, a nenhum teclado, a
nenhum mouse. Mas será que o mercado publicitário está preparado para lidar com
essas mudanças?
Ninguém tem ainda a receita do bolo de como falar com
estes consumidores. Estão todos no mesmo barco, errando e acertando juntos. Mas
com uma certeza: a de que Milton Nascimento tinha razão ao dizer que “Todo
artista deve ir onde o povo está”. Ou seja, todo o desenvolvimento de mídia
agora deve acompanhar o consumidor e ir onde ele estiver. Sai na frente quem
oferecer o melhor conteúdo.
“Para
nós, as novas tecnologias estão migrando na direção da usabilidade. Agora, com
simples gestos é possível controlar equipamentos, games e softwares
sofisticadíssimos que antes precisavam de mouse, joystick e teclado. O
potencial da plataforma está justamente na possibilidade de interagir de
maneira orgânica com o virtual e o real. Pela primeira vez, a máquina aprendeu
a nossa linguagem. E não o contrário”, acredita Luiz Evandro, Designer de Inovação e Diretor de Cena da Volcano Hotmind. Como peça da campanha do luxuoso
empreendimento Terravista Golf Resort & Spa, a Volcano desenvolveu um
aplicativo que transforma o Ipad numa “janela”.
O objetivo da experimentação é que o aparelho da Apple seja os
“olhos” do potencial consumidor no condomínio, mesmo que este esteja a
quilômetros de distância da Bahia, local do empreendimento. O aplicativo
também permite que os usuários conheçam, buraco a buraco, o campo de golfe, as
casas, os terrenos, o Club Med e o aeroporto utilizando uma nova tecnologia de
imersão de imagens 360°.
"Escolhemos o uso dessa tecnologia para aproximar
efetivamente um potencial comprador, que nunca esteve em Trancoso, do
empreendimento. Acreditamos que a experiência de interagir dessa maneira com o
espaço irá garantir ótimos resultados nas vendas”, afirma Luiz
Evandro. “Além disso, o Ipad é uma excelente ferramenta para
o advertainment, pois possibilita criarmos experiências e
funcionalidades que vão muito alem de fotos do local. Queremos oferecer ao
consumidor muito mais que uma simples experiência de compra”, completa
Giancarlo Barone, diretor e sócio da Volcano Hotmind.
Em meio a esse turbilhão de informações que nos chegam
diariamente, é preciso disposição para aprender e mais ainda, para mudar. Que o
diga o colírio Moura Brasil. É, o velho e bom Moura Brasil. Velho conhecido de
todos nós, ele queria se aproximar do público jovem que o via como um
respeitado senhor.
A
Publicis Brasil criou um aplicativo de Iphone e Facebook para o Colírio Moura®
Brasil que corrige os olhos vermelhos das fotos, normalmente provocados pelos
flashes das câmeras. A correção acontece a partir da aplicação virtual do
Colírio®Moura Brasil sobre os olhos vermelhos de cada fotografia.
Basta abrir a foto, arrastar o frasco do colírio para o local a ser corrigido e
dar dois toques no frasco, simulando a aplicação do produto, para os olhos
ficarem claros novamente.
O aplicativo Colírio® Moura Brasil pode ser baixado na
Apple Store, gratuitamente, e funciona em todas as versões do iPhone, iPod
touch e iPad. O aplicativo também poderá ser usado no Facebook. “É útil, fácil
de instalar e de usar. Tudo o que os consumidores querem hoje“, afirma o
vice-presidente de criação da Publicis, Hugo Rodrigues.
Desenvolvido pela FRI.TO, o software identifica variações de cor e
luminância na área apontada pelo usuário. O algoritmo que foi desenvolvido é o
mesmo encontrado no Photoshop e nas câmeras fotográficas digitais mais
modernas, funcionando de maneira semelhante. “Quando o resultado é próximo das
nuances de vermelho possíveis de ser encontradas em uma pupila de verdade, são
aplicados os filtros corretivos de cor, saturação e brilho”, explica o diretor
de tecnologia da FRI.TO, Eduardo Taniguchi.
Se já é difícil entender e acompanhar toda essa transformação,
imagine ser encontrado por milhares de pessoas no meio de um loja virtual entre
mais de 100 mil aplicativos? É o que oferece a apps store do Ipad. Como é quase
impossível ser achado nesse mar que cresce a cada dia, é fundamental o trabalho
que as agências vem fazendo online e off line, principalmente nas mídias
sociais. O pulo do gato das redes sociais é o share, o like, enfim, é ser
indicado para os amigos numa rede de amigos praticamente sem fim e sem prazo de
validade. Paralelamente, as agências fazem um trabalho off line em TV, revistas
e jornais. Foi o caso do Dermacyd Teen Code, da agência Publicis Brasil.
A idéia foi criar um aplicativo em que as meninas pudessem falar
entre si sem que os meninos interferissem. Mas como? Simples, codificando a
mensagem. Mas quem garante que os meninos não descodificariam a mensagem? Cristiano
Cera, Nelson Costa e Denis Kakazu, criadores da campanha, com direção de
criação de Hugo Rodrigues, Denis Kakazu e Kevin Zung,
Para
garantir que apenas meninas possam ter acesso a essa linguagem, é preciso
responder questões de forma divertida sobre o universo das adolescentes que
somente elas sabem responder. A Publicis também criou o vídeo tutorial que
explica o passo a passo da utilização do Dermacyd Teen Code de forma jovem e
divertida. O vídeo foi postado no Youtube, com produção e finalização da Mr
Pixel e trilha da Jamute e locução da Áudio Contato. Para direcionar as
adolescentes à plataforma do Dermacyd Teen Code, outras ações foram realizadas
como anúncios, superbanners e uma cinta especial publicada na revista Capricho
da Editora Abril, que é parceira no projeto. Lançado inicialmente apenas para o
target da marca, já codificou cerca de 110 mil mensagens, sem contar as mais de
400 mil page views, além de um concurso na revista Capricho que premiou quatro
leitoras.
“Anúncios para tablet são a tendência
do mercado. Dá a possibilidade de aproximar a mensagem com o público; maior
possibilidade de demonstração do produto, como por exemplo, uma foto de 360º,
que nenhuma outra mídia permite, que no impresso você não tem; impacta muito
mais a mensagem; tem que passar a interatividade, mas não esquecer a mensagem
que você quer passar; coisas bacanas, peça divertida e interativa”, acredita
Rodrigo Rodrigues, sócio e diretor da agência Kindle. Foi exatamente o que fez
a Kindle em parceria com a DM9DDB para o Sundown Kids: Veiculou na edição da
Veja no Ipad um anúncio em que, com um toque na tela, o usuário podia
interferir colorindo com as cores que quisesse. O objetivo era aumentar a
interação do consumidor com a marca e, ao mesmo tempo, proporcionar um momento
de lazer com as crianças.
E o
que a Artplan também se propõe a fazer ao criar suas campanhas. Dentre as
principais criadas para tablet, ano passado, estão o lançamento do cartão de
crédito Elo, a campanha de 1 ano do Canal Viva, Spoleto, campanha de 16 anos da
Árvore de Natal da Lagoa do Bradesco e do Sedex. “Como as peças veiculadas nas revistas
digitais permitem algumas interações, todas as criações pra essa mídia são
pensadas considerando suas possibilidades. Anúncios em iPads podem conter vídeos
e animações a partir da interação do leitor. Quando criamos campanhas para
iPads tentamos diferenciá-las das mídias impressas, explorando sempre que
possível esses recursos, sem perder de vista o alinhamento da peça com o resto
da campanha”, afirma Rodolfo Medina, presidente da Artplan.
Quando
o target são as crianças, existem milhares de aplicativos. Visando os bebês, ou
mais especificamente os pais à procura de uma ajuda na hora de colocar o neném
para dormir, a Agência Casa criou para a Johnson´s & Johnson´s a ferramenta
A Hora do Sono. Através de um mix de sons relaxantes, os pais tem a
possibilidade de criar um som ambiente com as canções de ninar,além dos vídeos
com dicas e cromoterapia.
Públicos
e estratégias à parte, estamos às vésperas das Olimpíadas e da Copa do Mundo de
Futebol e como não poderia deixar de ser, o mundo volta os olhos para nosso
país mais do que nunca. Então, que tal dar uma forcinha para eles? Foi o que
fez a Embratur ao disponibilizar uma versão
específica da Revista Aquarela para tablet, com textos sobre os atrativos
turísticos e dados essenciais para as pessoas que desejam viajar pelos
destinos brasileiros. Além de ter acesso a curiosidades sobre os pontos
turísticos do Brasil, os leitores poderão conhecer um pouco mais a tão
famosa “cidade maravilhosa”, que será sede dos Jogos Olímpicos
e Paraolímpicos de 2016. Entre as opções de sol e praia estão as
cidades de Natal, Fortaleza, Jericoacoara e Pipa. O segmento de Ecoturismo
está abordado na Revista, que mostrará ao leitor um passeio de barco pela
Selva Amazônica, um pôr do sol no Pantanal e um mergulho em Fernando de
Noronha.
Tudo
bem, tudo ótimo, todos já entendemos que ninguém tem a fórmula do sucesso e que
não adianta só mirar numa mídia. Mas será que os tablets vieram pra ficar? Sim,
é o que mostram todas as pesquisas. As vendas de PCs ainda devem registrar
crescimento de 14% neste ano, mas os netbooks serão os mais afetados pelos
tablets. Estudo da Canalys (expert analysis for the high-tech
industry) indica que para cada dez tablets comercializados neste ano,
deixarão de ser vendidos cinco netbooks. Segundo a consultoria, as vendas de
notebooks devem saltar 7,8% neste ano, para 210,2 milhões de unidades, ante
194,89 milhões em 2010. Já a comercialização de netbooks recuará 12,8%, na
mesma base de comparação, de 39,38 milhões para 34,33 milhões.
Por
outro lado, as vendas de tablet PCs crescerão de 16,88 milhões de aparelhos, no
ano passado, para 51,78 milhões neste ano, o que representa uma expansão de
mais de três vezes. Deste total, 1,12 milhão terão como destino o mercado
corporativo, alta expressiva de 5.397% em relação ao ano passado. “O computador continua sendo a principal forma de acesso a
Internet e ferramenta insubstituível no dia-a-dia das pessoas. Embora esperemos
um enorme crescimento no número de dispositivos pessoais de acesso a Internet,
o que percebemos é que estas tecnologias são complementares, e não substitutas
do PC”, comentou Cássio Tietê, diretor de Marketing da Intel Brasil.
E o papel nessa história toda? Vai
bem, obrigado!
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