7 de dezembro de 2012

Segunda Intifada - A Verdade, final


Poderia por favor parar de me confundir com os fatos? 

 No mundo da literatura e entretenimento, uma história de ficção sempre conquista o coração do público. É muito fácil entender o porquê: com a ficção você está livre para usar a imaginação e criar um herói perfeito e uma história perfeita. Considerando que, no mundo da não-ficção, a regra é que você tem que ficar com a verdade. Mas isso é realmente assim? Aparentemente, nos tornamos tão loucos com a ficção, que não só podemos usá-la sobre a notícia, como quando a verdade vem à tona - preferimos ignorá-la.
  Deixe-me fazer uma pergunta: o que significa o nome de Mohammed al-Durra para você?
Você pode lembrar esse nome porque ele foi mencionado pelos captores do falecido jornalista Daniel Pearl, segundo antes dele ser cruelmente degolado ao vivo para o mundo inteiro ver. O nome de Mohammed al-Durra, a criança mártir foi mencionado.
  A foto comovente de al-Durra, tirada segundos antes de sua morte, tornou-se famosa tanto no mundo muçulmano como no ocidental. Em selos do Iraque e no Irã, por exemplo, aparece com a legenda: Assassinado pelo exército sionista na Palestina. Uma criança morta é o preço mais terrível da guerra. É uma maravilha que centenas de pessoas se enfurecem e morreram em nome desse menino?
  O único problema com essa tragédia mitológica é que ela não é verdade. Eu não sou a autoridade pra dizer isso, por sinal. É a suprema corte da França que deu a decisão final, na semana passada. Você já ouviu falar sobre isso? Provavelmente não. Nos últimos 12 anos, estamos tão ligados no mito que realmente não queremos destruí-lo.
  A história original do menino Mohammed al-Durra é sobre um garoto que foi pego juntamento com seu pai na linha de fogo ente as forças israelenses e os palestinos, no início da segunda intifada. A televisão francesa exibiu um longo vídeo dele tentando se esconder atrás de um barril, chorando entre as balas, até à sua morte em colapso no colo de seu pai. O IDF foi responsabilizado e o ódio contra Israel rompeu mundialmente.
  Ao longo dos anos, novas descobertas veiaram à tona sobre esta história. Tudo começou com uma investigação minuciosa do IDF, que concluiu a direção do tiro que atingiu o menino veio de balas palestinas, e israelenses. Em seguida, um relatório da televisão alemã mostrou que os restos mortais do menino enterrado, eram de outro garoto que não de al-Durra, levantando a questão se tudo não passara de uma encenação com fins de propaganda. Revelou também que o repórter não era da France 2, mas um palestino que deu o material à emissora francesa sem verificar sua autenticidade.
  Mas a maior mentira foi exposta na semana passada pelo Supremo Tribunal francês: o pai do menino mentiu para a TV francesa que seu braço e perna foram feridos nesse mesmo incidente em que seu filho morreu. Pura e simplesmente, ele mentiu, provavelmente porque foi forçado por terroristas do Hamas, e depois processou o médico israelense por difamação. O ferimento do pai ocorreu anos antes deste incidente, por militantes do Hamas em Gaza. Eles o atacaram com machados e facas, o ferindo gravemente e paralisa seu braço direito. Ele foi levado a um hospital israelense e tratado por um médico israelense a quem mais tarde processou, porque quando o médico o viu dando a na reportagem da France 2, abriu o prontuário médico para provar sua mentira.
  Eu não culpo o pai do menino de mentir, por sinal. Se fosse eu que tivesse que escolher entre mentir ou dizer a verdade e ser atacado com machados e facas por terroristas de novo, eu tenho certeza que eu faria o mesmo. Mas, enquanto o motivo do pai para mentir é claro – qual é o motivo do mundo ocidental para manter silêncio sobre a verdade, e preferir continuar acreditando num mito?
  Infelizmente, estas são as regras do nosso mundo supostamente verdadeiro. O mito foi ao ar em todo o mundo. Ele vai viver para sempre, e quem sabe quantos outros serão "inspirados" no ódio. E sobre a história real? Por alguma razão maluca - ninguém está interessado em denunciá-la. Nenhum dos canais de notícias importantes que relataram o incidente há 12 anos sentiram necessidade de denunciar a decisão do supremo tribunal francês. Eu acho que ele vai continuar a ser nosso pequeno segredo, então. É algo que faz você se perguntar - talvez tudo o que realmente queremos é uma boa história com um herói?
  Ah, e só no caso de você, pessoalmente, querer espalhar a verdade e destruir o mito? Bem, você pode querer compartilhar esta história, e tentar fazer uma pequena diferença em um mundo em que ele se tornou muito difícil saber em quem acreditar.

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