27 de dezembro de 2012

Segunda Intifada: a verdade

http://www.israelnationalnews.com/News/News.aspx/163634#.UNycHuQRtN8


Video: Suha Arafat Admits 2000 War of Terror was Premeditated

Arafat’s widow admits that her husband decided long before Sharon’s visit to Temple Mount that he would launch war of terror against Israel.
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By Rachel Hirshfeld
First Publish: 12/27/2012, 8:08 PM

Yasser Arafat’s widow, Suha, admitted that the late leader of the “Palestinian” people had decided long before former Israeli Prime Minister Ariel Sharon’s contentious visit to the Temple Mount that he would launch a war of terror, a.k.a. “Intifada”, against the Jewish state.


Sharon’s visit unleashed a wave of intense international condemnations and was widely, yet falsely, believed to have provided the impetus for the war of terror that was waged against the state of Israel.

Widely known as “The Second Intifada” or “The Oslo War,” the murderous onslaught peaked during 2001-2002 and was more or less over by 2007.

According to the Foreign Ministry website, during the reign of terror over 1,200 Israelis, most of them civilians, were murdered in buses, on roads, in cafes and restaurants, with tens of thousands more maimed, scarred and bereaved.
“Yasser Arafat had made a decision to launch the Intifada,” Suha told Dubai TV on December 16, in an interview translated by the Middle East Media Research Institute (MEMRI).

“Camp David had failed, and he said to me: ‘You should remain in Paris.’”

“I asked him why and he said: ‘Because I am going to start an Intifada. They want me to betray the Palestinian cause. They want me to give up on our principles, and I will not do so.’”

“’I do not want Zahwah’s friends in the future to say that Yasser Arafat abandoned the Palestinian cause and principles. I might be martyred, but I shall bequeath our historical heritage to Zahwa and to the children of Palestine,’” Suha said in the words of her late husband, referring to their daughter.

Former Israeli Prime Minister Ehud Barak had offered to withdraw from 97 percent of Judea and Samaria, as well as 100 percent of Gaza. In addition, he agreed to dismantle 63 Jewish communities. In exchange for the 5 percent annexation of Jewish lands, Israel would increase the size of the Gaza territory by roughly a third.

Barak also made concessions on Jerusalem that many Israelis find unthinkable, agreeing that Arabs would maintain control over their holy places and have "religious sovereignty" over the Temple Mount.

Arafat flatly rejected the proposal, which has been more that any Israeli leader had offered in the past, deciding, instead, to unleash a war of terror against the State of Israel.





9 de dezembro de 2012

Hamas: 25 anos



ATENÇÃO : ESTE É O NOVO SÍMBOLO DO MOVIMENTO HAMAS: DESTACA OS 25 ANOS DE EXISTÊNCIA; A MESQUITA EM JERUSALÉM; O FOGUETE QASSAM M75 E O "FUTURO ESTADO PALESTINO INDO DESDE O RIO JORDÃO ATÉ O MAR MEDITERRÂNEO". Não prega nenhuma coexistência pacífica com Israel. Apenas quer a sua extinção.

Sabe qual é o problema: é que eles repetem, repetem e repetem. Há décadas. E parece que o mundo não escuta. 

É chato, chato, chato, chato.

O que disse o líder político do Hamas Hhaled Meshaal, que por sinal nem vive na Faixa de Gaza, neste sábado?

Disse ele, num tom muito pacifista:

NUNCA RECONHECEREMOS ISRAEL E QUE O GRUPO ISLÂMICO JAMAIS ABANDONARÁ A REIVINDICAÇÃO DE TODO TERRITÓRIO ISRAELENSE.

Não, não, ele não quer só a Faixa de Gaza ou a Cisjordânia ou Jerusalém Oriental ou ou ou. Eles querem tudo como Israel vem tentando explicar há décadas.

Mas, continuando o discurso do muçulmano moderado, o que mais ele diz?

Ah, sim, ele diz continua com aquela palhaçada que um dia disseram para eles: "Não aceitem a divisão da Palestina porque amanhã vamos jogar todos os judeus no mar". Os países árabes fizeram uma guerra, perderam e deu no que deu. Mas ele cisma nisso até hoje ao invés de fazer um país para seu povo; e o que é pior, ainda é ovacionado pelo mesmo.

Vamos continuar.

E aí, Khaled, mostra sua outra face, tão má como a anterior: DIZ ELE QUE O GRUPO DE MILITANTES CONTINUARÁ FAZENDO ATAQUES TERRORISTAS. FEIO, ISSO. MUITO FEIO.

É, definitivamente, Khaled não é um bom muçulmano.




Hamas, nada de novo, de novo

Eu já volto ao Fatah/OLP/ANP e seus dirigentes....


Porque não tem como deixar passar essas notícias:

Khaled Meshaal é recebido como herói na Faixa de Gaza. Quem é Khaled? Khaled Meshaal, o líder político do Hamas, que estava exilado há 45 anos e chegou à Faixa de Gaza pela primeira vez para comemorar os 25 anos da fundação do grupo terrorista. Como não se comover com suas palavras:- Gaza sempre esteve em meu coração - disse Meshaal. - Eu considero este momento o meu terceiro nascimento. E rezo a Deus pelo quarto, que será quando toda a Palestina for libertada.

Ou ainda:- Peço a Deus que um dia me conceda o martírio nesta terra - disse Meshaal. - Hoje é Gaza. Amanhã será Ramallah e depois Jerusalém, e então Haifa e Jaffa - disse Meshaal se referindo à principal cidade da Cisjordânia e à cidade sagrada para cristãos, muçulmanos e judeus.

É, é de chorar mesmo! 

Para israelenses, de chorar de preocupação!






JERUSALÉM - Recebido como herói, Khaled Meshaal, o líder político exilado do Hamas, chegou nesta sexta-feira na Faixa de Gaza para sua primeira visita a territórios palestinos em 45 anos, a fim de comemorar o 25º aniversário da fundação do grupo. Em seus primeiros passos, ele orou e beijou o chão de Gaza, celebrando sua visita.
- Gaza sempre esteve em meu coração - disse Meshaal. - Eu considero este momento o meu terceiro nascimento. E rezo a Deus pelo quarto, que será quando toda a Palestina for libertada.



Os outros dois nascimentos seria ao sobreviver a uma tentativa de assassinato por agentes israelenses em 1997, na Jordânia, e o seu nascimento de fato, em 1956.


- Peço a Deus que um dia me conceda o martírio nesta terra - disse Meshaal. - Hoje é Gaza. Amanhã será Ramallah e depois Jerusalém, e então Haifa e Jaffa - disse Meshaal se referindo à principal cidade da Cisjordânia e à cidade sagrada para cristãos, muçulmanos e judeus.


Haifa, no entanto, é uma cidade israelense. Jaffa, ou Yafo, é uma cidade com mesquitas, mas que hoje faz parte de Tel Aviv - o que poderia indicar planos mais amplos do líder político do Hamas.


Meshaal deixou a Cisjordânia em 1967, após ter sido exilado. É primeira viagem dele à Faixa de Gaza, que tem sido governada pelo Hamas desde que o grupo entrou em confronto na região com o Fatah, do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em 2007.


A visita ocorre dias depois de a ONU ter reconhecido a Palestina como Estado observador não membro da organização e de um acordo de cessar-fogo com Israel. Espera-se Meshaal participe de um grande comício neste sábado na Praça al-Kateeba, na Cidade de Gaza, depois de se encontrar com líderes do Hamas e visitar vítimas dos recentes ataques israelenses, incluindo a família de Ahmed al-Jabari, o comandante militar do Hamas assassinado no começo do conflito. Ele será acompanhado por seu vice, Moussa Abu Marzouk, que já visitou Gaza brevemente antes. Espera-se também que ele discuta a reconciliação com o Fatah.


As celebrações do aniversário do grupo foram divulgadas por uma semana como uma forma de ajudar o Hamas a manter o seu dinamismo político após o fim do recente conflito com Israel, que trouxe uma enxurrada de dignitários estrangeiros e suas delegações a Gaza pela primeira vez desde que o grupo tomou o poder.


Tanto o Hamas - cujo nome é uma sigla para Movimento de Resistência Islâmica - e o Fatah vêm tentando ganhar apoio interno para tentar reanimar as negociações paralisadas e realizar uma eleição geral muito esperada.


Em Ramallah, o partido rival Fatah tem andado em alta após a Assembleia da ONU da semana passada, que reconheceu a Palestina como um estado observador não membro. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, foi recebido por uma grande multidão quando voltou de Nova York esta semana e está esperando um outro impulso popular quando visitar o rei Abdullah da Jordânia.


Na segunda, 12 combatentes do Fatah que saíram de Gaza em 2007 foram recebidos de volta e ouviram a promessa de anistia dos líderes do Hamas, ávidos para reforçar o espírito de reconciliação.


‑ Juntem-se à resistência e parem de perder tempo. Vamos colocar nossas mãos juntas e carregar a arma - instou Mahmoud al-Zahar, um dos principais integrantes do Hamas. - Digo aos membros do Fatah: aqueles que querem se juntar aos vitoriosos e que querem celebrar e se sentir honrados e carregar uma arma, nós abrimos nossos braços para eles. Aos que querem fazer diferente, dizemos a eles que conhecemos nosso caminho, que é para Jerusalém.


Pouco antes do conflito recente com Israel, havia sinais claros de que muitos palestinos estavam cada vez mais cansados das políticas radicais depois de cinco anos de controle do Hamas em Gaza.


Uma pesquisa realizada no começo de novembro pelo Centro de Mídia e Comunicação de Jerusalém revelou que 40% dos palestinos em Gaza votariam no Fatah. O apoio ao Hamas ficou em apenas 22,4%. Na Cisjordânia, o apoio ao Hamas era ainda menor: de 16,6%.


A mesma pesquisa mostrou que 65% dos palestinos são a favor de “negociações pacíficas” ou "resistência não violenta", enquanto apenas 28% disseram querer o retorno da "resistência armada", a estratégia favorecida pelo Hamas.


Na quarta-feira, comboios de jovens irromperam pelas ruas da Cidade de Gaza exibindo bandeiras do Hamas e tocando alto músicas nacionalistas. As ruas estavam decoradas com centenas de bandeiras do Hamas misturadas com bandeiras palestinas, como se para enfatizar a legitimidade do governo do Hamas para o novo Estado da Palestina. Mohammed Samir, de 44 anos, um simpatizante do Hamas, disse ao “Independent“ que ele ficaria “muito feliz” em ver Meshaal em Gaza.


- Amo este homem - disse Samir. - Ele é um homem muito bom, muito inteligente. Para ele viajar a Gaza prova que ele alcançou a vitória total. Isso significa que Gaza está sob nosso controle. Até agora, Egito e Israel estavam proibindo as pessoas de vir. Agora qualquer um pode vir a Gaza. Psicologicamente isso dará um impulso positivo para a resistência e para os cidadãos que sofreram tanto nesta última guerra.


Ayman Farid, de 31 anos, que descreveu a si mesmo como independente, disse que não estava comovido pela chegada de Meshaal.


- Não faz diferença. Não me importa - disse.


Um islamista salafista que disse se chamar Abu Mahmoud insinuou as divisões que permanecem entre os palestinos ultrareligiosos.


- Ele é um mau líder, ele não é nem mesmo um bom muçulmano - disse.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/mundo/lider-do-hamas-chega-gaza-em-1-visita-terras-palestinas-em-45-anos-6963126#ixzz2EaEDfF00

7 de dezembro de 2012

Segunda Intifada - A Verdade, final


Poderia por favor parar de me confundir com os fatos? 

 No mundo da literatura e entretenimento, uma história de ficção sempre conquista o coração do público. É muito fácil entender o porquê: com a ficção você está livre para usar a imaginação e criar um herói perfeito e uma história perfeita. Considerando que, no mundo da não-ficção, a regra é que você tem que ficar com a verdade. Mas isso é realmente assim? Aparentemente, nos tornamos tão loucos com a ficção, que não só podemos usá-la sobre a notícia, como quando a verdade vem à tona - preferimos ignorá-la.
  Deixe-me fazer uma pergunta: o que significa o nome de Mohammed al-Durra para você?
Você pode lembrar esse nome porque ele foi mencionado pelos captores do falecido jornalista Daniel Pearl, segundo antes dele ser cruelmente degolado ao vivo para o mundo inteiro ver. O nome de Mohammed al-Durra, a criança mártir foi mencionado.
  A foto comovente de al-Durra, tirada segundos antes de sua morte, tornou-se famosa tanto no mundo muçulmano como no ocidental. Em selos do Iraque e no Irã, por exemplo, aparece com a legenda: Assassinado pelo exército sionista na Palestina. Uma criança morta é o preço mais terrível da guerra. É uma maravilha que centenas de pessoas se enfurecem e morreram em nome desse menino?
  O único problema com essa tragédia mitológica é que ela não é verdade. Eu não sou a autoridade pra dizer isso, por sinal. É a suprema corte da França que deu a decisão final, na semana passada. Você já ouviu falar sobre isso? Provavelmente não. Nos últimos 12 anos, estamos tão ligados no mito que realmente não queremos destruí-lo.
  A história original do menino Mohammed al-Durra é sobre um garoto que foi pego juntamento com seu pai na linha de fogo ente as forças israelenses e os palestinos, no início da segunda intifada. A televisão francesa exibiu um longo vídeo dele tentando se esconder atrás de um barril, chorando entre as balas, até à sua morte em colapso no colo de seu pai. O IDF foi responsabilizado e o ódio contra Israel rompeu mundialmente.
  Ao longo dos anos, novas descobertas veiaram à tona sobre esta história. Tudo começou com uma investigação minuciosa do IDF, que concluiu a direção do tiro que atingiu o menino veio de balas palestinas, e israelenses. Em seguida, um relatório da televisão alemã mostrou que os restos mortais do menino enterrado, eram de outro garoto que não de al-Durra, levantando a questão se tudo não passara de uma encenação com fins de propaganda. Revelou também que o repórter não era da France 2, mas um palestino que deu o material à emissora francesa sem verificar sua autenticidade.
  Mas a maior mentira foi exposta na semana passada pelo Supremo Tribunal francês: o pai do menino mentiu para a TV francesa que seu braço e perna foram feridos nesse mesmo incidente em que seu filho morreu. Pura e simplesmente, ele mentiu, provavelmente porque foi forçado por terroristas do Hamas, e depois processou o médico israelense por difamação. O ferimento do pai ocorreu anos antes deste incidente, por militantes do Hamas em Gaza. Eles o atacaram com machados e facas, o ferindo gravemente e paralisa seu braço direito. Ele foi levado a um hospital israelense e tratado por um médico israelense a quem mais tarde processou, porque quando o médico o viu dando a na reportagem da France 2, abriu o prontuário médico para provar sua mentira.
  Eu não culpo o pai do menino de mentir, por sinal. Se fosse eu que tivesse que escolher entre mentir ou dizer a verdade e ser atacado com machados e facas por terroristas de novo, eu tenho certeza que eu faria o mesmo. Mas, enquanto o motivo do pai para mentir é claro – qual é o motivo do mundo ocidental para manter silêncio sobre a verdade, e preferir continuar acreditando num mito?
  Infelizmente, estas são as regras do nosso mundo supostamente verdadeiro. O mito foi ao ar em todo o mundo. Ele vai viver para sempre, e quem sabe quantos outros serão "inspirados" no ódio. E sobre a história real? Por alguma razão maluca - ninguém está interessado em denunciá-la. Nenhum dos canais de notícias importantes que relataram o incidente há 12 anos sentiram necessidade de denunciar a decisão do supremo tribunal francês. Eu acho que ele vai continuar a ser nosso pequeno segredo, então. É algo que faz você se perguntar - talvez tudo o que realmente queremos é uma boa história com um herói?
  Ah, e só no caso de você, pessoalmente, querer espalhar a verdade e destruir o mito? Bem, você pode querer compartilhar esta história, e tentar fazer uma pequena diferença em um mundo em que ele se tornou muito difícil saber em quem acreditar.

Segunda Intifada - A Verdade, parte 3.3

Imagem-ícone da Intifada é falsa, diz tribunal


  Um tribunal de recursos parisiense inocentou um francês acusado de difamação por ter qualificado como "falsa" e "encenada" uma das imagens mais emblemáticas da Segunda Intifada, a revolta palestina de 2000 que selou os rumos da atual situação na região.
  Na prática, isso significa que a corte validou a acusação de manipulação feita por Philippe Karsenty, presidente de uma ONG de vigilância midiática pró-Israel, contra a TV estatal France 2.
  Há oito anos, o mundo inteiro viu a imagem de um pai, agachado junto a um muro, tentando proteger o filho de 12 anos com o próprio corpo, em meio a um intenso tiroteio numa rua de Gaza. O pai grita e gesticula, num aparente apelo por clemência. Segundos depois, uma nuvem de fumaça cobre a imagem. O pai aparece em seguida debruçado sobre o filho, aparentemente morto.
  Filmada por um cinegrafista palestino da France 2 em 30 de setembro de 2000, a gravação foi repassada a centenas de outras emissoras. As únicas informações sobre o episódio, incluindo o relato sobre a suposta autoria israelense dos disparos, foram fornecidas pelo próprio cinegrafista.
  O incidente aconteceu dois meses depois do fracasso das negociações entre israelenses e palestinos patrocinadas pelo então presidente americano Bill Clinton e dois dias depois do ingresso do então premiê israelense, Ariel Sharon, na esplanada das Mesquitas, em Jerusalém -episódio que detonou a Segunda Intifada.
  O Egito deu o nome do menino, Mohamed al Duha, a uma rua, e homens-bomba, em seus vídeos de despedida, saudaram o garoto como mártir da causa palestina. Pressionado, Israel admitiu na época que os disparos "poderiam ter partido de posições israelenses" que estavam na área.






  Em 2004, Karsenty avaliou em seu site que a reportagem da TV France 2 era uma farsa montada para servir à propaganda palestina. Karsenty apontou "incoerências" na filmagem, como a falta de sangue, e lembrou que a emissora se recusava a divulgar a íntegra da gravação original mostrando a suposta agonia do menino -imagens nunca exibidas.
  Os advogados da estatal abriram processo por difamação contra Karsenty, que passou de acusador a acusado. O processo se arrastou até a semana passada, quando um tribunal de Paris inocentou Karsenty e afirmou que suas ressalvas quanto à reportagem são "legítimas".
Mas a corte não deixou claro se a TV francesa agiu de má-fé. Amparada por especialistas que negam que tenha havido manipulação das imagens, a emissora recorreu agora à mais alta corte de apelações do país. Até hoje, não se sabe o que houve de fato com o menino.





6 de dezembro de 2012

Segunda Intifada - A Verdade, 3.2

Mais evidências de fraude no caso do ‘libelo de sangue’ Al Durah
É cada vez mais difícil a situação da TV France 2, que sustentou a encenação
Melanie Phillips*


Finalmente no dia 14/11/2007 foi feita a apresentação do video da TV francesa France2 que contém a filmagem do episódio Al Durah e que a emissora nunca quis mostrar. Em síntese, o filme estava cortado em 9 minutos, não continha nenhuma prova de que os tiros que mataram o garoto vieram de soldados israelenses e, pelo contrário, indica que tudo não passou mesmo de uma grande montagem feita para acusar Isarel. O final da sessãao, no Palácio da Justiça, em Paris, foi conturbado com muitas pessoas vaiando o jornalista que deu origem a tudo isso, Charles Enderlin, ainda por cima um judeu.

  Apesar das múltiplas contradições, a mídia ocidental inquestionavelmente engoliu esta estória porque ela atribuiu um assassinato preconceituoso contra Israel.
  É quarta-feira, 14 de novembro de 2007. Estou em Paris para assistir a uma sessão especial no Tribunal de Recursos convocada para testemunhar os 27 minutos das imagens até então inéditas da "morte" de Mohammed Al Durah que o tribunal havia exigido que a France 2 mostrasse. Alguns leitores estão familiarizados com este escândalo, outros não, mas muito já foi escrito sobre ele.
  Basta dizer aqui que a imagem icônica do menino Mohammed Al Durah, que na fotografia aparece curvado às costas do pai, atrás de um barril ao lado de um muro de concreto, aparentemente numa vã tentativa de protegê-lo contra uma batalha armada entre Israel e os palestinos, que era intensa em torno deles. Alegou-se em função disso que ele fora morto por tiros dos israelenses, o que serviu para incitar a violência e as atrocidades terroristas em todo o mundo depois que a reportagem foi transmitida pela France 2, no início da segunda Intifada. Entretanto, fica evidente para qualquer pessoa que veja isto em detalhes, que tudo foi uma encenação, e não menos devastadora a prova mostrada na fita com o rapaz levantando seu braço e espreitando através dos seus dedos da mão segundos depois do correspondente da France 2, Charles Enderlin, dizer que ele tinha sido morto a tiros.
  Depois, Philippe Karsenty, fundador da vigilância online da francesa, a Media Ratings, acusou a France 2 de encenar a ‘morte’ de Al Durah e pediu a demissão de ambos, do jornalista Charles Enderlin e da diretora do noticiário da TV France 2, Arlette Chabot. A France 2 e Enderlin haviam processado Karsenty por difamação, e ganharam. Numa infame peça judiciária de desnecessária parcialidade após a intervenção do então presidente francês Jacques Chirac, o tribunal decidiu contra Karsenty e em favor da France 2 e de Enderlin. Karsenty recorreu, e o juiz ordenou à France 2 que apresentasse a totalidade da metragem do filme que nunca fora exibido, sobre aquele incidente; hoje isso foi feito.


  Bem, mais ou menos. O que realmente exibiram foram 18 minutos do total de 27 que a TV foi obrigada a apresentar. A partir desta metragem, que, segundo o cameraman palestino da France 2 filmara durante improváveis 45 minutos de tiroteio contínuo por soldados israelenses, não há provas de que alguém tenha sido morto ou mesmo ferido — incluindo Mohammed Al Durah que até o final dos frames (quadros de imagem) do filme aparece bem vivo e sem marcas de quaisquer ferimentos.
  O drama da audiência de hoje foi reforçado pelo aparecimento do próprio Enderlin, que até hoje não tinha dado o ar da graça neste caso. Como o filme fora exibido para uma embalada e quente (em todos os sentidos) sala de audiências, Enderlin e Karsenty ofereceram interpretações rivais das imagens na tela. Se Enderlin pensou que poderia, assim, demonstrar a insuficiência de Karsenty no caso, ele estava muito enganado. Pelo contrário, partes de seus comentários foram tão absurdas que a sala tribunal várias vezes irrompeu em risos de descrença.
  Enderlin ofereceu apenas um vago, incoerente e pouco convincente explicação da razão pela qual ele tinha apenas apresentado 18 minutos do vídeo, e não os 27 minutos, que alegou ter recebido do seu cameraman em Gaza (o próprio Enderlin não estava em Gaza, quando os acontecimentos ocorreram). Após a audiência, o professor Richard Landes, uma das pessoas que já haviam visto a controvertida metragem, disse que duas cenas haviam sido cortadas, demonstrando claramente que a violência tinha sido encenada — incluindo aquela em que um palestino se prepara para arremessar um míssil é, de repente, levado e transportado para uma ambulância apesar de não mostrar sinais de ferimentos. Esta cena, disse Landes, era da Reuters, mas na verdade fora filmada pelo cameraman da France 2. Contudo, não há mais qualquer vestígio dela atualmente.
  O que me surpreendeu bastante a respeito dos 18 minutos, sobretudo, foi o fato de que, embora se suponha que tenha sido filmado durante o contínuo disparo pelos israelenses durante 45 minutos, uma grande parte da fita consistia apenas numa violenta demonstração de jovens atirando pedras, muitos dos quais pareciam divertir-se muito com o exercício. Uma criança foi mostrada andando de bicicleta através do campo de luta. Não há evidência alguma de que qualquer um deles tenha sido morto ou ferido. De vez em quando, para assegurar a encenação, jovens erram arrastados para as macas e daí para ambulâncias -- mas não havia nenhum sinal de quem realmente tinha sido atingido, nenhum caído sob o fogo, nenhum sinal de sangue ou quaisquer ferimentos. O mais próximo disto foi uma seqüência em que um jovem envergonhadamente puxa a camisa e a abre um pouco de modo a oferecer um vislumbre de um perfeito círculo vermelho em sua barriga, que segundo ele foi um ferimento à bala (de borracha?). Porém, uma vez que ele parecia estar sem nenhuma dor e havia sorrisos em toda a sua volta para a câmara, isto parecia um modo altamente improvável se comportar para alguém que tinha acabado de ser atingido por uma arma de fogo.
  Havia muito mais coisas bem estranhas neste vídeo, que não tinham sido mencionados. Quando o filme chegou ao ponto do "assassinato" de Mohammed Al Durah, destaca-se o seguinte:
* A seqüência não foi uma narrativa contínua, mas foi repetidamente quebrada e juntada em trechos de outras cenas da manifestação (com pedras);
* Embora o cameraman da TV France 2  tenha dito à produtora cinematográfica alemã, Esther Shapira, que filmara seis minutos dos Al Durah pai e filho sob fogo contínuo israelense, o trecho filmado deles dura menos de um minuto; 
* Havia uma câmera com tripé ao lado deles;
* Não houve qualquer evidência de que o rapaz realmente tenha sido atingido;
* Em certo ponto do filme, pessoas na multidão gritam que o menino estava morto, enquanto ele, de forma inconfundível, se encontrava agachado e agarrado junto ao pai e com a boca bem aberta;
* Depois que ele foi dado como morto, ele moveu seu braço (a seqüência que já relatei e que está disponível na internet há anos).
  O Tribunal de Recursos não deve dar o seu veredicto sobre este caso até fevereiro próximo. Mas a partir de hoje, tais são as novas contradições e as questões levantadas pela apresentação que este filme mostra — e pelo qual a France 2 se colocou num beco de onde vai ter cada vez mais dificuldades de escapar.
  Mas este escândalo vai muito além da TV France 2. Pouco depois que ela transmitiu os 55 segundos que revelavam a "morte" de Mohammed Al Durah, ela bondosamente enviou a várias agências de notícias três minutos do filme deste incidente -- incluindo as cenas em que a criança ‘morta’ é vista se movendo, mas que evidentemente ela não tinha transmitido. Por razões que convidam à especulação, nenhuma dessas agências tampouco divulgou as cenas. Se o tivessem feito, não teria havido como "matar" Mohammed Al Durah e incontáveis mortes subseqüentes teriam sido evitadas.
  Assim, não é de surpreender, mas não menos chocante, que, com uma dupla de exceções heróicas, a grande mídia tenha ignorado até bem recentemente as provas que sugerem que uma monumental e mortal fraude foi perpetrada aqui, e que os indicadores giravam em torno há anos. Assim como agora, o caso Karsenty tem sido totalmente ignorado pela grande mídia francesa. Também é profundamente preocupante que o governo de Israel tenha ignorado essa prova durante sete anos, e só muito recentemente é que a sua porta-voz de imprensa Danny Seaman disse que o incidente fora forjado, e que até hoje alguns representantes do governo israelense estejam desempenhando um papel bem ambíguo na defesa de seu país contra esta moderna versão do libelo de sangue.
  A 'morte' de Mohammed Al Durah foi engolida inquestionavelmente pela mídia ocidental, apesar das múltiplas contradições que estavam evidentes desde o início, porque ele atribui um ‘assassinato’ preconceituoso contra Israel, que é o prisma através do qual o conflito do Médio Oriente costuma ser visto. Este escândalo tem a mais profunda das implicações não apenas para a mídia, não apenas para o conflito do Médio Oriente, mas também para as relações do mundo ocidental com a razão, que parecem crescer dia após dia de maneira muito frágil.
21 de maio de 2008:
A corte decide em favor de Philippe Karsenty

Em 21 de maio de 2008, numa formidável reviravolta do veredicto da primeira instância, a decisão da apelação foi transmitida. Ela citou “as respostas contraditórias dadas por Charles Enderlin às perguntas relacionadas com a edição do filme”, as “inexplicáveis inconsistências das imagens visíveis”, e as “respostas contraditórias do [cinegrafista Talal Abu Rahma] com respeito à seqüência das cenas e às condições nas quais tinham sido filmadas”. Também observou a “persistente relutância de France 2 de permitir que se vissem as cópias do seu cinegrafista” e a “imprudente alegação de que tinha suprimido as imagens da agonia da criança” feita por Enderlin.

Enquanto a corte não podia dizer que Karsenty tinha provado definitivamente a transmissão de uma fraude, ela achou que havia uma “suficiente base factual” para as acusações que ele tinha feito. A corte de apelação derrotou, portanto, o julgamento da corte de primeira instância e concluiu que “Philippe Karsenty exerceu seu direito de livre crítica, feita de boa fé; e que ao fazê-lo não ultrapassou os limites da liberdade de Expressão”.


Atualização – junho-julho de 2008: Repercussão

Centenas de jornalistas franceses – amigos e colegas de Enderlin – junto com muitas “personalidades” francesas e leitores da internet, enviaram uma petição de apoio a Charles Enderlin no Web site da revista semanal Nouvel Observateur. Ele foi caracterizado como a vítima de uma “obstinada e odiosa campanha para manchar sua dignidade profissional”. A petição dizia que estavam impressionados pelo fato de que a corte “outorgasse a mesma credibilidade a um jornalista conhecido por seu trabalho sério e rigoroso, que exercia sua profissão sob condições algumas vezes difíceis, e aos seus detratores, empenhados numa campanha de negação e descrédito, que ignoravam as realidades do terreno e que não tinham experiência na cobertura jornalística desde uma zona de conflito”.

Mas muitos jornalistas e personalidades francesas romperam com os signatários da petição, condenando-a e/ou pedindo para se fazer uma investigação. Entre esses estavam o colunista do Figaro Ivan Riofoul e Elie Barnavi, um historiador e ex-embaixador de Israel na França.

O Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) fez uma conferência de prensa na qual pediu ao presidente francês Nicolas Sarkozy a formação de uma comissão de investigação independente sobre o tema Al Dura. Entretanto, a comissão “independente” proposta pelo CRIF incluía o canal France 2 bem como o próprio CRIF.


http://cifwatch.com/2010/10/22/the-al-dura-hoax-and-a-true-hero-of-our-time/


* Melanie Phillips é jornalista e escreveu o presente artigo para a revista inglesa Spectator-UK. Ela foi uma pessoas convocadas para assistir a exibição, em audiência pública na justiça francesa, do filme que a TV France 2 negava-se a mostrar desde que o rumoroso caso foi denunciado como uma farsa para prejudicar a imagem de Israel no mundo. Melanie Phillips publicou também o texto, no original em inglês, em seu website (/www.melaniephillips.com). Agradecemos a indicação deste material ao leitor do Visão Judaica Abraham Bohadana, que morou em Curitiba e hoje vive na França.
http://www.visaojudaica.com.br/Dezembro2007/artigos/3.html

Segunda Intifada - A Verdade, Parte 3.1

  Vocês lembram que no final do texto do Mosab Hassan Yousef ele comenta sobre uma possível fraude na morte do garoto Mohammed AL-Dura e seu pai? Uma cena que rodou o mundo e ficou muito icônica desta Intifada. A imagem de Mohamed al-Durra foi usada exaustivamente como símbolo de mártir por toda Gaza e Cisjordânia. E é até difícil imaginar que tudo não tenha passado de um blefe. Se me contassem numa conversa de bar acho que eu também não acreditaria. Como pode um levante com tantas mentiras? Que mente é essa por trás de tudo isso? Acho melhor deixar essa última pergunta para um próximo post e mostrar o hoax que foi Mohamed al-Durra.

O Mítico Mártir
The Mythical Martyr
By Stephane Juffa
1,874 words 
26 November 2004
The Wall Street Journal Europe



  A primeira coisa que vem à mente quando se menciona o nome de Mohamed al-Dura é um poema escrito pelo xeique Mohammed, dos Emirados Árabes Unidos, chamado: “Para a alma de uma criança mártir”. Ele dá uma ideia das proporções míticas que o jovem garoto assumiu no Oriente Médio. As imagens de Mohammed aL-Dura escondendo-se da artilharia israelense atrás das costas de seu pai no começo da segunda intifada, apenas para ser abatido pelas balas inimigas chocou o mundo todo. Para muitos árabes e muçulmanos, o garoto se tornou o símbolo do sofrimento dos palestinos sob a “ocupação” israelense. 

  No canal televisivo da Autoridade Palestina (AP), assim como nos livros escolares palestinos, seu exemplo é usado para encorajar outras crianças a imitarem seu espírito de sacrifício. Mesmo no Ocidente, as fotografias que ganharam tantos prêmios de jornalismo tornaram-se o mais reconhecido símbolo da agressão israelense. Quando Ehud Barak, então primeiro-ministro de Israel, visitou Paris no mesmo ano, o presidente francês Jacques Chirac ironicamente o repreendeu. "Matar crianças não é política". E, no entanto, não era nada, mas uma brincadeira. Para aqueles leitores que reconheceram a famosa imagem reproduzida aqui, pode ser difícil acreditar que a cena foi realmente encenada. Eu vou elaborar à frente como ficou provado que os soldados israelenses não poderiam ter matado o garoto. Alguns podem perguntar por que ainda importa. Já que não morreram pessoas inocentes em demasia desde então, de ambos os lados já não é hora de olharmos para frente? 


  Bem, o assunto ainda importa exatamente por essas mesmas razões. Mohammed al-Durra tornou-se mais do que apenas o “garoto propaganda” da intifada. De acordo com o relatório Mitchell, elaborado em Maio de 2001 por um comitê conjunto EUA-Europa, essa história foi um dos eventos que se tornou mola propulsora da Intifada. Para obtermos a paz, precisamos de reconciliação; e para obtermos a reconciliação, precisamos da verdade. Mas a televisão pública francesa France 2, que produziu e distribuiu o libelo condenatório, se recusa a divulgar os fatos. 

  A história começa em 30 de setembro de 2000, dois meses depois de Yasser Arafat abandonou as negociações para a paz em Camp David. O lugar era Netzarim, na fronteira de Gaza, onde os soldados israelenses foram posicionados para proteger um assentamento próximo. Manifestantes palestinos atiravam pedras e coquetéis molotov contra os israelenses, enquanto homens armados atiravam contra eles do meio da multidão. Foi durante essa luta que o garoto supostamente morreu. 

  Alegando que não queria ganhar dinheiro com a morte de uma criança inocente, a France 2 distribuiu a dramática cobertura dos eventos gratuitamente à mídia global. 

  Alegando que não queria ganhar dinheiro com a morte de uma criança inocente, France 2 distribuídos a cobertura dramática gratuitamente aos meios de comunicação globais. O Exército israelense apressadamente emitiu uma nota dizendo que o menino pode ter sido acidentalmente morto em fogo cruzado israelense. Só mais tarde, talvez tarde demais, que o exército autorizar uma investigação completa. A missão foi confiada a médico civil Naum Shahaf, que provou cientificamente que - dado o ângulo da posição israelense em relação a Mohammed al-Durra - os soldados não poderiam ter matado o garoto. O Dr. Shahaf, então, descobriram uma trama incrível: ele demonstrou que, uma vez que os tiros vieram diretamente por trás ou ao lado do cinegrafista, toda a cena do suposto infanticídio só poderia ter sido montada - e que o menino mostrado no filme não estava. Examinando o filme em câmera lenta, ele poderia até mesmo ver o dedo do cameraman fazendo uma "leve dois" sinal, usado por profissionais para sinalizar a repetição de uma cena. 

  Três anos atrás eu entrevistei o Sr. Shahaf, e depois de ver todas as evidências eu constatei que este episódio talvez seja uma das maiores manipulações da mídia que o mundo jamais presenciou. Iniciamos nossas próprias investigações e escreveu mais de 150 artigos sobre a questão, concluindo que o relatório francês é, para além de qualquer dúvida razoável, pura ficção. 

  Não podemos citar todas as provas que pudemos descobrir além dos achados do do Sr. Shahaf. Mas, apenas para dar um exemplo: temos o testemunho de Dr. Joumaa Saka e Muhamad Dr. El-Tawil, dois médicos palestinos da Hospital Shifa, em Gaza, que afirmaram que o corpo de Mohammed, já sem vida, foi levado a eles antes de 01:00 da tarde. O problema é que Charles Enderlin , o correspondente da France 2 em Jerusalém, afirma na controversa reportagem que o tiroteio começou às 15:00 h. Como alguém pode ser morto por balas que foram disparadas horas depois ele já estava morto? Esta é apenas uma das muitas perguntas que o canal de TV estatal francesa precisa responder. 

  Em nossa batalha com France 2, temos nos concentrado em declarações dos dois jornalistas que realizaram a matéria. Para analisá-las de forma completa, é importante perceber que as fotos em si realmente não fornecem qualquer evidência das acusações efetuadas contra Israel. Nenhum soldado israelense, nenhuma arma (israelense ou outra), sem golpe, nenhum ferimentos e sem sangue, sequer uma queda, podem ser visto. Isso, a despeito das alegações de fontes palestinas de que Mohammed foi morto por três balas de alta velocidade, e Jamal al-Durra - o pai - ferido por nove. 

  O que transformou essas imagens em um moderno libelo de sangue contra Israel foi apenas a divulgação feita pelo Sr. Enderlin. Apesar de não estar presente em Gaza, quando o suposto assassinato aconteceu, ele diz aos espectadores com grande confiança de que o tiroteio "vem da posição israelense. Mais uma de tiros e o menino e o estará morto. " Possivelmente, no intuito de compensar a falta de evidências reais em seu filme, os dois autores da reportagem, o cinegrafista palestino Talal Abu Rahma (que trabalha para a France 2 e CNN) e o Sr. Enderlin, um jornalista franco-israelense, divulgaram essas informações. O Sr. Abu Rahma o fez em outubro de 2000, em um testemunho escrito - sob juramento - no escritório e presença de advogado Raji Surani em Gaza. (A declaração pode ser encontrada no site do Centro Palestino para os Direitos Humanos:. Www.pchrgaza.org/special/tv2.htm). O Sr. Abu Rahma descreve em detalhes a suposta morte do garoto por soldados israelenses. As palavras que particularmente nos chamaram a atenção foram as seguintes: "Eu passei cerca de 27 minutos fotografando o incidente que durou 45 minutos ao todo." A importância desta frase é dupla: primeiro, o Sr. Abu Rahma disse que tem 27 minutos de imagens, enquanto France 2 tinha previamente exibido apenas 55 segundos do filme e, depois liberado 3 minutos e 26 segundos do material para o exército israelense. Isso é de enorme importância, já que o material adicional poderia ajudar a esclarecer essa estória. Um dos aspectos mais bizarros deste caso é que entre as centenas de pessoas presentes no local, incluindo dezenas de outros cinegrafistas, só Talal Abu Rahma alegou ter realmente testemunhado o assassinato do garoto e tê-lo capturado em vídeo. 


  Segundo, o Sr. Abu Rahma agravou severamente as acusações quando disse que o incidente durou 45 minutos. Antes de sua declaração, poderia sido argumentado que o menino tivesse sido desafortunadamente atingido num fogo cruzado. Mas 15 soldados israelenses terem escolhido um garoto pequeno e desprotegido e atirado contra ele por longos 45 minutos, isso é um crime de guerra. 

  O Sr. Enderlin adiscionou ao depoimento seus próprios detalhes fantasiosos, dizendo que os 27 minutos de vídeo mostram imagens de criança agonizante que são muito explícitas para serem mostradas ao mundo. "Eu cortei os espasmos agonizantes da criança ao morrer. Era insuportável. A história foi contada, a notícia foi dada. Eu não iria adicionar mais nada”, disse ele a publicação francesa Telerama, em outubro de 2000. 

  Durante anos temos pleiteado junto a France 2 que nos deixe assistir as imagens não exibidas. Somos profissionais antigos do jornalismo, vivendo em uma área problemática, certamente poderíamos suportar as "insuportáveis​​" imagens. Envíamos várias cartas registadas, demos telefonemas e sugerimos repetidamente para comparar nossas descobertas com a repostagem da France 2. Mas sem qualquer retorno. A France 2 não não nos deixaria ver a sua filmagem. 

  As obstruções impostas pela rede francesa de televisão e a nossa própria investigação nos levam à conclusão de que as filmagens adicionais nunca existiram. Estávamos tão certos disso que até mesmo publicamos vários artigos sobre isso. No entanto, foi preciso esperar até 22 de outubro deste ano (2204) e a France 2 finalmente cedeu. Após intensa pressão política, a rede pública de televisão foi obrigada a convidar Luc Rosenzweig, um editor de ex-chefe do Le Monde e um de nossos colaboradores, para ver as terríveis cenas. Naquela sexta-feira, o Sr. Rosenzweig, juntamente com Denis Jeambar, editor-chefe do L'Express, e Daniel Leconte, um ex-repórter da France 2, foi admitido foam recebidos no escritório de Arlette Chabot, editora chefe do departamento jornalístico da France 2.Nosso amigo pronunciou a sentença que havíamos ensaiado tantas vezes: "Eu vim para assistir os 27 minutos do vídeo mencionados na declaração do Sr. Abu Rahma, sob juramento". 

  Um funcionário legal para a France 2 disse ao Sr. Rosenzweig e seus colegas que "eles ficariam desapontados". "Você não sabiam?", acrescentou Didier Epelbaum, um conselheiro do presidente da France Télévision (o presidente do departamento que comanda todos os canais te televisão da rede pública francesa), "que Talal fez uma retratação de seu depoimento?" Não, eles não sabiam. Como poderiam uma vez que nem o canal francês nem o cinegrafista palestino jamais tornaram público tal fato? É incrível como a France 2 de modo indiferente admitiu que sua testemunha chave, bem, sua única testemunha do suposto assassinato, se retratou de suas acusações. Sem este testemunho não há uma história, e ainda assim o canal se recusa a fazer qualquer de tal retratação um fato público. 

  Os 27 minutos de filmagem que os três jornalistas foram finalmente autorizados a ver não continha uma nova cena relevante, exceto por uma, que mostrava uma criança morta numa posição diferente da qual havia sido mostrada anteriormente. Quer dizer que a criança se moveu depois de ter sido presumivelmente morta? E as insuportáveis imagens ​​da morte agonizante do menino sobre as quais o Sr. Enderlin havia feito uma rapsódia? Uma miragem, uma invenção total, digno de Sherazade, a contadora das histórias de "As Mil e Uma Noites". Então eu continuo apresentando duas perguntas às France 2: 

  1- Como é possível que, depois de ter sido pegos dando testemunhos falsos, os Srs. Abu Rahma e Enderlin, não apenas ainda trabalhem para o canal de televisão público, mas continuem cobrindo, muitas vezes juntos, o conflito árabe-israelense? 

  2- Como é possível que a France 2 ainda não informou o público sobre os novos desenvolvimentos significativos do caso Mohammed al-Durra? Este seria um comportamento padrão para qualquer organização de mídia responsável. Ao se recusar a fazê-lo, a France 2 está violando até mesmo seu próprio código de ética. 

  3- E o mais importante, como é possível que a France 2 ainda sustente essa história, mesmo sabendo que ela foi filmado por alguém que deu um falso testemunho e que, através da retração este testemunho, efetivamente jogou por terra toda a base jornalística da reportagem? 

  Durante quatro anos, a France 2 tem mantido o "filme de 27 minutos," fingindo que ele contêm elementos de prova crucial, sabendo muito bem que ambos os seus jornalistas simplesmente mentiram. A France 2 deve ser responsável por essa manipulação, primeiramente por lançar tal “reportagem fabricada” e, em segundo lugar, por não esclarecê-la.



http://honestreporting.com/the_mythical_ma/comment-page-1/?mobile=1




CONTINUA...

5 de dezembro de 2012

Segunda Intifada - A Verdade, Parte 2

  Enquanto a Autoridade Nacional Palestina (ANP) conseguia o que queria e dava início ao levante que ficaria conhecido como Intifada de Al-Aqsa ou simplesmente como Segunda Intifada, vários  ativistas responderam ao chamado do xeique Hassan Yousef. Fizeram uma grande bagunça desnecessária e saíram arrastando tudo e todos desde a Mesquita de Al-Aqsa até as muralhas da cidade sagrada de Jerusalém. Arafat e a ANP puderam continuar em seus lares vendo, literalmente, o circo pegar fogo. 
  Quem foi arrastado por esse turbilhão foi o jovem Tuvia Grossman. Reconhece esse nome? E sua foto? É essa aqui: Lembrou?




  Esse jovem não é árabe. Nem esse soldado israelense estava ameaçando. Quer conhecer a história dele? 


A foto que deu origem a tudo isso 

  No dia que eclodiu a Intifada, Tuvia Grossman estava indo de táxi visitar o Muro das Lamentações. Sua imagem foi fortemente aproveitada pelos holofotes da mídia internacional...


  No dia 30 de Setembro de 2000, o jornais The New York Times, Associated Press e outros grandes órgãos da mídia publicaram a foto de um jovem rapaz - ensanguentado e ferido - sob a mira do cacetete de um policial israelense. A legenda o identificava como uma vítima palestina das recentes manifestações -- com a clara implicação de que o soldado israelense era o que estava agredindo o rapaz. 
  A verdadeira identidade da vítima foi revelada quando o Dr. Aaron Grossman, de Chicago, enviou a seguinte carta ao Times: 
  "A respeito da foto na página A5 do soldado israelense e o palestino no Monte do Templo, aquele palestino é na verdade meu filho, Tuvia Grossman, um estudante judeu de Chicago. Ele, e dois de seus amigos, foram arrancados de seu táxi, enquanto viajavam em Jerusalém, por uma multidão de árabes palestinos, e foram severamente espancados. 
  "A foto em questão não pode ter sido tirada no Monte do Templo, uma vez que não há postos de gasolina no Monte do Templo, e certamente não com inscrições em hebraico, como a que pode ser claramente vista atrás do soldado israelense que estava tentando proteger meu filho da multidão." 

  Em resposta, o New York Times publicou uma insignificante correção que identificava Tuvia Grossman como "um estudante americano em Israel" - não um judeu que havia sido espancado por árabes. A "correção" também dizia que o "Sr. Grossman foi ferido" na "Cidade Velha de Jerusalém" - apesar de o espancamento na verdade ter acontecido no bairro árabe de Wadi al Joz, e não na Cidade Velha. 
Em resposta ao ultraje público que a correção inadequada causou, o New York Times publicou novamente a foto de Grossman - desta vez com a legenda correta - com um artigo completo detalhando seu quase linchamento nas mãos de manifestantes palestinos.
A sangrenta foto de Tuvia Grossman se tornou um símbolo na batalha para assegurar que Israel receba uma cobertura justa na mídia, assim como toda nação merece.
Em abril de 2002, uma corte distrital em Paris exigiu uma indenização do jornal francês "Libertation" e da Associated Press para pagar danos a Grossman no valor de 4.500 Euros.
A corte condenou a Associated Press por "apresentar erroneamente (Grossman) como membro da comunidade palestina", enquanto a corte censurou o "Liberation" por "publicar a foto litigiosa com comentário editado de maneira errônea, dando à figura um significadoe um escopo que a foto não poderia ter".

ABUSO ÁRABE

  Ainda mais notável é que grupos árabes adotaram a foto de Grossman em sua própria propaganda, cinicamente usando um judeu ensangüentado como símbolo da batalha palestina. 

Um site oficial do governo egípcio usa a foto de Grossman em sua "Galeria de Fotos". 
 E o Centro de Informação Palestina, www.islam.net, incorporou a foto de Tuvia num banner em sua página principal, (O gráfico foi recentemente removido do site) 
  Além disso, alguns grupos árabes convocaram para um boicote à Coca-Cola, por fazer negócios com Israel, e fizeram circular uma série de posters para divulgar sua causa. Um poster mostra o sangramento de Grossman justaposto ao logotipo da Coca-Cola, e o texto "Ao apoiar produtos americanos, você está apoiando Israel." 

  




  O site Snopes.com relata que, ironicamente, como Ramallah é sede de uma engarrafadora da Coca-Cola que emprega 400 residentes (e indiretamente cria emprego para outras centenas), e as indústrias da Coca-Cola nos países do Oriente Médio são operadas como negócios locais, qualquer boicote à Coca-Cola no Oriente Médio provavelmente causaria mais danos monetários aos árabes e palestinos do que aos americanos e israelenses. 
  Snopes.com nota outa ironia: A Pepsi tambám está na lista de boicotes árabes, com acusação de que o nome "Pepsi" é um acrônimo para 'Pay Every Penny to Save Israel' (Pague Cada Centavo para Salvar Israel) ou 'Pay Every Penny to the State of Israel.' (Pague Cada Centavo para o Estado de Israel). Como certa vez notou a Associated Press, "Chamar a Pepsi de um 'produto judaico' é irônico, dado que a Pepsi foi uma das muitas multinacionais que não fez negócios com Israel durante os 40 anos de boicote comercial árabe ao Estado Judeu." 
  E, é claro, a maior ironia de todas, é que a imagem escolhida no poster para representar o sofrimento palestino não foi outra senão a de Tuvia Grossman, quase espancado até a morte por uma multidão palestina. 


DEPOIS DE TUDO, A ALYIÁ

Em 7 de setembro, de 2005, Tuvia Grossman fez alyiá. " Eu sabia que eu queria estar aqui, em Israel", disse, acrescentando: "Nada vai me deter. Grossman, que se formou em Direito em Chicago, trabalha na Gromitzky & Co, um escritório de comércio internacional em Tel Aviv.
Dez anos após a foto, Grossman está com quase 30 anos, casado e com uma filha de 3 anos. de idade. 




4 de dezembro de 2012

Segunda Intifada - A Verdade, Parte 1

Você realmente sabe como tudo começou?
Tem certeza?
Quer pensar um pouquinho? Não. Ok. Então, você sabe que o então presidente da OLP Yasser Arafat já tinha tudo armado com seus companheiros antes mesmo de encontrar o ex-presidente dos USA Bill Clinton e o ex´Primeiro Ministro Ehud Barak, no ano 2000, né?
Parece mentira, né? Mas é verdade. O pior é que é verdade. Mas sabe o que, vou deixar Mosab Hassan Yousef, filho do xeique Hassan Yousef um dos fundadores do Hamas, contar um pouquinho dessa história:

  "A Conferência de Cúpula de Camp David entre Yasser Arafat, o presidente americano Bill Clinton e o primeiro-ministro israelense Ehud Barak terminou em 25 de julho de 2000. Barak ofereceu a Arafat cerca de 90% da Cisjordânia, toda a Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental como capital de um novo Estado palestino. Além disso, um novo fundo internacional seria criado para indenizar os palestinos pelas propriedades que haviam perdido. Aquela oferta de "terra em troca de paz' representava uma oportunidade histórica para o sofrido povo palestino, algo que poucos teriam ousado imaginar que fosse possível. Mesmo assim, não era suficiente para Arafat. O líder da ANP se tornara extraordinariamente rico como símbolo internacional do sofrimento. Ele não estava disposto a abrir mão daquele status e assumir a responsabilidade de construir uma sociedade que funcionasse. Então, insistiu para que todos os refugiados voltassem para as terras que possuíam antes de 1967, uma condição que ele tinha certeza de que Israel não aceitaria. A rejeição da oferta de Barak por parte de Arafat foi uma catástrofe histórica para seu povo, mas o chefe da Autoridade Nacional Palestina voltou para o seio de seus correligionários linha-dura como um herói que desdenhara o presidente dos Estados Unidos, alguém que não havia recuado e feito concessões, um líder que enfrentara o mundo inteiro de maneira obstinada.
  Arafat foi para a televisão e todos o viram falar do seu amor pelo povo palestino e da sua dor por milhares de famílias que viviam em meio à sordidez e à miséria dos campos de refugiados. Naquela época, eu acompanhava meu pai nas viagens e nas reuniões com Arafat e comecei a ver com meus próprios olhos como aquele homem amava a atenção da mídia. Ele parecia adorar ser retratado como uma espécie de Che Guevara palestino, um indivíduo à altura de reis, presidentes e Primeiros-ministros, e deixou claro que desejava entrar para a história como um herói.
  De fato, Arafat recebeu as chaves para promover a Paz no Oriente Médio junto com uma soberania real para o povo palestino, mas jogou tudo fora. Por isso, a corrupção silenciosa continuou a existir. E o clima, aparentemente tranquilo, logo ficaria tenso. Para Arafat, sempre parecia haver algo a ganhar se os palestinos estivessem sofrendo e sangrando. Outra intifada derramaria mais sangue e faria as câmeras dos noticiários do Ocidente se voltarem de novo para aquela região.
  Na noite de 27 de setembro de 2000, meu pai bateu à minha porta e perguntou se eu podia levá-lo à casa de Marwan Barghouti na manhá seguinte, após a prece da alvorada. - O que está acontecendo? - perguntei ao meu pai. - Sharon tem uma visita programada à Mesquita de Al-Aqsa amanhâ, e a ANP acha que será uma boa oportunidade para iniciar um levante. Um levante? Será que eles estavam falando sério? Os líderes da Autoridade Nacional Palestina, que mandaram meu pai para a prisão, estavam pedindo que ele os ajudasse a iniciar uma outra Intifada. Eles sabiam que o Hamas, como um pugilista esgotado estava quase caído na lona, inconsciente. Queriam que meu pai o levantasse, jogasse água em seu rosto e o mandasse pàra outro round a fim de que a ANP pudesse levá-lo a nocaute diante de uma plateia exultante.
  Até os líderes do Hamas, cansados de anos de confito, falaram para meu pai ficar alerta. - Arafat só quer nos usar como combustível para sua fornalha política - disseram. - Não vá longe demais com essa nova intifada que ele quer promover.No entanto, meu pai entendeu a importância daquele gesto. Se ele ao menos não aparentasse estar colaborando com a ANP simplesmente apontariam pera o Hamas, nos culpando por perturbar o processo de paz.
  A Mesquita de Al-Aqsa e o Domo da Rocha foram construídos sobre os escombros e destroços de dois templos judaicos, o Templo de Salomáo, do século X a.C., e o Templo de Herodes, o Grande, existente até o início da era cristã. Portanto, é com razão que algumas pessoas descrevem aquela colina rochosa como os 14 hectares mais disputados da Terra. O lugar é sagrado para as três grandes religiões monoteístas do mundo. No entanto, tomando por base uma perspectiva científica e histórica, também se trata de um sítio arqueológico de enorme importância, mesmo para o ateu mais convicto. Nas semanas anteriores à visita de Sharon, o Waqf, a entidade islâmica que administra aquele local, interditou por completo qualquer inspeção arqueológica do Monte do Templo por parte da Autoridade de Antiguidades de Israel. Depois, ao realizar obras de construção de novas mesquitas subterrâneas no local, levou para lá equipamento pesado de escavação. Em Israel, o noticiário noturno exibiu imagens de trarores, escavadeiras e caminhões trabalhando no subsolo e na superfície do sítio. Ao longo de várias semanas, caminhões transportaram cerca de 13 mil toneladas de cascalho do complexo do Monte do Templo para os depósitos de lixo de Jerusalém. Para muitos israelenses, estava claro que a intenção era transformar todo o complexo de 14 hectares em um sítio exclusivamente muçulmano, eliminando qualquer vestígio, resquício e memória do seu passado judeu. Isso incluía a destruição de qualquer achado arqueológico que representasse uma prova daquela história. A visita de Sharon tinha como objetivo enviar uma mensagem silenciosa, mas clara, aos eleitores israelenses: "Vou pôr fim a essa destruição desnecessária." Ao planejar a visita, os assessores de Sharon receberam garantias do chefe da segurança palestina, Jibril Rajoub, de que não haveria problemas, contanto que ele não pusesse os pés em uma mesquita.
  Era uma manhã tranquila e meu pai e eu chegamos ao local alguns minutos antes de Sharon que apareceu durante o horário normal de visitas turísticas, acompanhado de uma delegação do Partido Likud e cerca de 1.000 policiais antimotim. Ele chegou, deu uma olhada e foi embora. Não disse nada. Nunca entrou na mesquita. - O que aconteceu? - perguntei. - Você não começou a intifada. - Ainda não - ele respondeu. - Mas liguei para alguns ativistas do movimento estudantil islâmico e pedi que me encontrassem aqui para um protesto. - Mas não aconteceu nada em Jerusalém, e agora você quer fazer uma manifestação em Ramallah? Isso é loucura - eu disse. - Temos que fazer o que for necessário. A Mesquita de Al-Aqsa pertence aos muçulmanos e Sharon não precisava ir até lá. Não podemos permitir isso. Fiquei me perguntando se ele estava querendo convencer a mim ou a si mesmo. 
  A manifestação em Ramallah foi tudo, menos um espetáculo dramático de combustão espontânea. Mal amanhecera e as pessoas circulavarn pela cidade como de costume, se perguntando o que estava acontecendo com aqueles estudantes e integrantes do Hamas que não pareciam sequer saber o motivo do protesto. Vários homens carregavam megafones e faziam discursos. O pequeno grupo de palestinos que se reunira em volta deles às vezes começava a cantar e a gritar. No entanto, a maioria das pessoas não parecia estar profundamente interessada. Nos últimos tempos, a situação estava bem mais calma nos territórios palestinos. A rotina da ocupação era sempre a mesma e os soldados israelenses haviam se tornado parte da paisagem. Os palestinos podiam trabalhar e ir à escola em Israel. A vida noturna de Ramallah estava prosperando, por isso era difícil imaginar por que aqueles homens estavam tão exaltados.
   Na manhã seguinte, um grande número de manifestantes palestinos atirou pedras e entrou em confronto com a polícia antimotim de Israel perto do local da visita de Sharon. Das pedras, passaram a atirar coquetéis molotov e, depois, abriram fogo com fuzis. A polícia usou balas de borracha e, segundo relatos, munição de verdade para dispersar os manifestantes. Aquilo era exatamente o que a ANP esperava que acontecesse.
  Arafat e os outros líderes da ANP estavam determinados a iniciar outra intifada. Passaram meses planejando tudo aquilo, mesmo durante a conferência com Barak e o presidente Clinton em Camp David. Estavam simplesmente esperando um pretexto adequado, e a visita de Sharon acabou sendo uma desculpa perfeita. Depois de dois falsos inícios, a Intifada de Al-Aqsa começou para valer, os conflitos na Cisjordânia e em Gaza voltaram a pegar fogo. Principalmente em Gaza.
  Lá, o Fatah organizou manifestações que resultaram na morte de um garoto de 12 anos chamado Mohammed AL-Dura, transmitida pela televisão em todo o mundo. A cena comovente foi filmada por um operado de câmera palestino que trabalhava para uma emissora de televisão pública francesa. Em poucas horas, o vídeo havia percorrido o mundo e provocado a fúria de milhões de pessoas contra a ocupação israelense. Nos meses seguintes, porém, haveria uma acalorada polêmica internacional sobre aquele episódio. Alguns alegavam ter provas de que a morte do garoto teria sido ocasionada por disparos feitos por palestinos, outros continuavam a culpar os israelenses. Havia até quem dissesse que a filmagem fora um golpe de propaganda cuidadosamente encenado. Como não mostrava o garoto sendo alvejado nem seu cadáver, muitos suspeitavam de uma trama propagandística arquitetada pela OLP. Se isso for verdade, foi uma trama brilhante e eficaz."
(Trecho do livro O Filho do Hamas)



Ministro das Comunicações da OLP